O Globo, Economia - Geralda Doca
Os estados produtores de petróleo - Rio, Espírito Santo e São Paulo - querem repassar de forma imediata recursos às demais unidades da Federação por meio da antecipação da produção do campo de Libra, na Bacia de Santos, uma reserva de cinco bilhões de barris de petróleo. O mecanismo seria semelhante ao da capitalização da Petrobras, pelo qual se transformou o volume de barris estimado para o campo de Franco em dinheiro corrente, a chamada monetização.
A ideia é que os recursos sejam obtidos com títulos públicos lastreados nas reservas, que vão capitalizar um fundo de desenvolvimento regional que fará a distribuição entre os entes da Federação. Pela proposta, os recursos levantados serão repassados por dez anos, até que os campos do pré-sal atinjam produção plena. Segundo estimativas dos estados produtores, as receitas com royalties de todos os campos do pré-sal vão atingir R$66 bilhões em 2020 para União, estados e municípios. A projeção considera produção diária de seis milhões de barris.
O Mercado e Orientação para ingresso nas Carreiras do Petróleo
Devido ao sucesso do texto sobre os cursos de petróleo e gás e baseado nas centenas de comentários, resolvi escrever mais este texto para ajudar os colegas que tenham a intenção de trabalhar no mercado de petróleo e gas.
Desde criança ouço falar no fim da era do petróleo. Todos os dias ouvimos falar sobre a substituição dos combustíveis fósseis por outras formas de energias renováveis. Ocorre, porém, que o petróleo, gás, carvão e seus derivados ainda vão demorar muito para serem totalmente substituídos. As outras formas de energia ainda não podem competir com os combustíveis minerais, seja por questão de preço, de armazenamento ou mesmo de eficiência.
Quando falamos de petróleo sempre lembramos de automóveis e bombas dos postos de combustíveis. Ocorre, entretanto, que essa é apenas um dos destinos do petróleo. A maioria das pessoas se esquece da indústria petroquímica. É ela quem transforma o petróleo em todos os outros sub-produtos que servem de matéria prima para uma infinidade de produtos presentes no nosso dia a dia. Quase todos os materiais sintéticos são sub-produtos do petróleo. Neles estão incluídios todos os tipos plástidos, PVC, nylon, elásticos, pigmentos de tintas, tecidos sintéticos e até alimentos industrializados.
Sendo assim o petróleo vai ter vida longa e continuará fazendo parte das nossas vidas e de muitas gerações que estão por vir.
Como se preparar para uma carreira promissora e que paga bons salários?
Primeiramente devemos seguir os conselhos válidos para qualquer carreira profissional, vejamos alguns conselhos que se deve ter em mente em relação ao mercado de trabalho de um modo gerla e no petróleo especificamente:
Uma empresa não é uma instituição de caridade:
É importante lembrar que nenhuma empresa dá emprego ao indivíduo por ser boazinha. Eles não querem saber se você está desempregado, está passando necessidades, que tem esposa e vários filhos para criar, muito menos se tem filhos com necessidades especiais ou se é uma mãe responsável pelo sustento da família. Uma empresa visa lucro e ponto final.
As empresas só contratam uma pessoa quando vêem a possibilidade desse candidato responder às expectativas, com muito trabalho e dedicação, fazendo com que se consiga atingir os objetivos propostos.
Portanto devemos nos preparar, desde cedo, para seguir uma carreira direcionada para o que gostamos de fazer. Assim poderemos ter motivação e perseverança nos momentos difíceis da profissão.
Tenha um currículo direicionado:
Quando digo em carreira direcionada, estou me referindo aos cursos voltados para a mesma área profissional. Isso significa que se o indivíduo faz uma faculdade de Economia, trabalha como vendedor e resolve fazer uma segunda faculdade de Engenharia Mecânica , ele estará sinalizando para os departamendos de RH que está perdido e não sabe o que quer na vida. Seu currículo estará totalmente sem direção.
A vida é dura e não perdôa erros cometidos quando se era jovem e escolheu uma faculdade errada. Portanto deve-se pensar muito bem em qual curso devemos entrar ao terminar o ensino médio.
Isso não significa que estaremos condenados a seguirmos uma carreira que odiamos pelo resto da vida, mas saiba que será mais difícil do que se seu currículo apontasse em uma só direção.
A especialização é boa mas experiência é mais importante:
Tenho observado que muitas pessoas vivem fazendo cursos em cima de cursos. Parece que têm medo do mercado de trabalho. Nunca se acham preparadas para o ingresso em alguma empresa.
Nesse caso, pode acontecer que, enquanto você está nos bancos escolares, um colega que se formou junto com você e ingressou em uma empresa, estará a anos luz na sua frente em termos profissionais. Isso se deve ao fato de que as empresas valorizarem mais a experiência que os cursos teóricos. Portanto busque um emprego e depois vá se especilizando de acordo com suas necessidades profissionais.
Não tente mudar de carreira depois de velho:
Isso parace cruel mas é a pura realidade. As empresas só contratam alguém que tenha mais de 45 anos de idade, se esse indivíduo tiver bastante experiência naquilo que faz. As empresas só estão dispostas a investir na formação de um profissional jovem, que pode fornecer bons retornos aos investimentos realizados.
Muitaas vezes a pessoa que mudar de carreira devido a um pequeno problema em determinada empresa. Assim, quando trabalhamos em uma empresa que não nos valoriza ou se tem um chefe de difícil relacionamento, podemos pensar que escolhemos aprofissão errada.
Analise com a cabeça fria, para ver se o problema é apenas pontual e momentâneo ou se é algo mais profundo relacionado à carreira mesmo.
Faça o que goste ou ame aquilo que faz:
Qualquer carreira profissional tem bons momentos mas também passamos por uma série de dificuldades.
Seja por chefes exigentes demais, colegas problemáticos, metas difíceis de cumprir etc. Se não gostamos daquilo que fazemos, será muito difícil superar todos esse problemas. Portanto escolha um curso que tenha alguma coisa a ver contigo e se dedique ao máximo.
Alguns colegas têm perguntado qual o melhor curso para se entrar no mercado de petróleo e gás. Respondo sempre que tudo depende do que você gosta de fazer.
De nada adianta a pessoa buscar algum curso porque ouviu falar que essa profissão “dá dinheiro”, pois se uma pessoa teve sucesso, não significa que você terá também.
Não espere o sucesso da noite para o dia:
Como a maioria das coisas em nossas vidas, o sucesso profissional não ocorre da noite para o dia. É preciso investir tempo, dinheiro e dedicação na nossa formação e profissionalização. Não espere o reconhecimento dos seus esforços desde o início de sua carreira. As coisas boas que fazemos quase não são notadas, mas quando se faz algo errado, todos notam e procuram te crussificar. Quando alguma coisa dá errado todos apontam o dedo na nossa direção e esquecem tudo de bom que você tenha feito anteriormente.
O problema não está na idade e sim na desatualização:
No setor de petróleo e gás tenho visto senhores de mais de sessenta anos em plena atividade, sendo disputados por diversas empresas. Isso ocorre porque o petróleo requer mão de obra muito especializada, difícil de ser encontrada com facilidade. Sendo assim, percebe-se, claramente que o problema não está na idade e sim na falta de atualização do profissional. Portanto mantenha-se atualizado com os novos processos e as novas tecnologias do seu mercado de trabalho.
Não é necessário cursos de petróleo para trabalhar com o “ouro negro”:
Ao contrário do quitos pensam não ha necessidade de fazer curso de petróleo gas para ser um profissional do petróleo.
Quando faz um curso de Engenharia de Petróleo, por exemplo, o profissional restringe sua área de atuação ao petróleo. Se tivesse feito um curso de Engenharia Mecânica, por exemplo, teria muitos setores da economia a sua disposição, além do petróleo. Isso se deve ao fato de os cursos voltados para o setor petrolífero, serem muito genéricos e não especializarem o aluno em nada. Em outros países os cursos de petróleo são, em sua maioria, de pós graduação e não de graduação, como ocorre no Brasil.
A grande mioria dos equipamentos e ferramentas usadas na pesquisa, exploraçao e produção do petróleo e gas, são componentes mecânicos de atuação hidráulica e/ou eletrônica. Portanto se o Engenheiro for formado nessas áreas poderá, tranquilamente, se especializar em petróleo.
Para confirmar o que digo aqui, é só verificar quantos Engenheiros de Petróleo estão presentes em uma plataforma (um ou dois no máximo) e comparar com a quantidade de Engenheiros e técnicos Mecânicos (dezenas).
Sendo assim vejos com preocupação a enorme proliferação de cursos voltados para o setor de petróleo e gás. Devido à falta de fiscalização, na maioria deles falta qualidade na formação, não há preocupação em se formar convêncios para estágio prático, nem compromisso se fornecer mão de obra para as empresas. O indivíduo que está desesperado por um emprego, acaba gastando o que não tem, na vã esperança de ingressar em um mercado promissor e acaba fustrado.
No petróleo o novato não assume responsabilidade:
Ao terminar um curso de Engenharia de Petróleo, não pense que vai conseguir atuar como Engenheiro em uma plataforma ou navio de perfuração. Isso porque tudo que envolve petróleo custa verdadeiras fortunas.
Tudo é muito caro quando se fala em petróleo. Os equipamentos, as ferramentas, o preço das operações, o custo do aluguel de um navio ou plataforma tudo envolve valores exorbitantes. Além disso o risco de vidas humanas também é muito alto. Isso sem falar no risco ao meio ambiente que também pode gerar multas muito altas. Sendo assim não se entrega estas operações à mãos inexperientes. É preciso muitos anos de experiência para assumir o controle de uma dessas operações. Portanto esteja preparado para assumir funções menos nobres até ter experiência necessária para assumir aquela posição.
Procure emprego enquanto está empregado:
Já está muito longe o tempo que se devíamos nos sentir seguros no emprego. Hoje em dia não há segurança nem para o presidente e diretores da empresa, que podem ser trocados em caso de a empresa ser comprada por outra.
Antigamente tinhamos medo de enviar currículo quando achávamos um anúncio no jornal, sem a identificação da empresa, pois podia ser um anúncio da nossa própria empresa e seríamos vistos como traidores.
O ideal era passarmos muito anos na mesma empresa, pois isso demostrava lealdade.Atualmente isso é visto como acomodação e falta de compromisso com a prórpia carreira.
Alguns colegas têm nos contactado desesperados por estarem desempregados, pedindo orientação sobre um curso rápido para entrar no mercado de trabalho o mais breve possível. Infelizmente não tenho como ajudar, pois tudo depende de uma série de fatores expostos nesse texto.
Mantenha, portanto, seu currículo sempre atualizado e buscando melhores oportunidades no mercado de trabalho. O livro “Quem mexeu no meu queijo” é uma boa pedida de leitura sobre esse ponto.
Não se descuide do seu network:
A palavra “network”, em termos profissionais signifca “rede de relacionamentos”. São todos os amigos, colegas e parentes que podem ajudá-lo a entrar ou se manter no mercado de trabalho.
Para que sua rede não se desfaça, procure contactá-los de tempos em tempos. Hoje não falta tecnologia para facilitar o network. São sites de relacionamentos, celular, MSN, Facebook, Twiter etc.
O network é uma via de mão dupla, pois hoje você ajuda um colega e amanhã ele estará te ajudando a ingressar em uma empresa.
Se você pesquisar, verá que a maioria das empresas não anunciam nos classificados dos jornais, as vagas existentes. Quando um amigo leva seu currículo ao gerente ou departamento de RH, as chances de conseguir a vaga aumentam exponecialmente.
Essa é, portanto, uma das melhores ferramentas para nos mantermos no mercado de trabalho.
Aprenda inglês ou busque emprego em outro setor:
No setor de petróleo e gás, quase a totalidade das empresas são multinacionais ou estrangeiras. Isso significa suas sedes estão no exterior e que suas filiais estão em muitos outros países. Também significa que você poderá ter como chefe ou colegas de trabalho pessoas vindas de outros países.
Poderá ocorrer, ainda, de você ter que fazer viagens ao exterior para trabalho ou cursos. Para se entender com essas pessoas o inglês é usado como a língua universal no mundo do petróleo.
Se você não fala inglês, portanto, ou aprenda ou procure outro setor para trabalhar, ainda assim terá dificuldades, pois o mercado de trabalho está cada vez mais globalizado.
Qual o melhor curso para se trabalhar embarcado?
Infelizmente essa não é uma pergunta simples de responder. Muitas pessoas tem me feito essa pergunta mas sempre repondo que é o próprio indivíduo que deve decidir o que quer fazer na sua carreira profissional.
Temos a tendência de jogar nos ombros dos outros as decisões difíceis. Isso não ocorre por preguiça ou má fé, mas pelo pensamento de que as outras pessoas são mais inteligentes ou experientes que nós mesmos.
Ocorre que essa é uma decisão que deve ser somente nossa, pois não existe profissão de sucesso e sim profissionais de sucesso.
Se olharmos ao redor, vamos encontrar Advogados, Médicos, Dentistas, Engenheiros etc., muito bem sucedidos profissionalmente, ganhando bons salários. Outros, entretanto, estão desempregados ou com o que ganham mal conseguem pagar suas contas no final do mes.
Isso ocorre porque aqueles que fazem o que gostam, procuram se dedicar ao máximo, se especializando, aprendendo tudo sobre seu trabalho. Eles tratam os clientes, chefes e colegas do trabalho com respeito e carinho, o que faz serem queridos por todos.
Esse tipo de profissional, geralmente recebe várias promoções, ou ganham muitos clientes, o que é recompensado com bons salários ou honorários.
Sendo assim, percebe-se que não existe profissão que “paga bem” e sim profissionais, bem sucedidos, que são bem remunerados por aquilo que fazem bem.
Assim encerro mais este texto que, espero, sirva de ajuda aos colegas que queiram ingressar no mercado de trabalho do Petróleo e gás.
Um abraço e boa sorte,
Supervisor de Robótica Submarina a mais de vinte anos. Trabalhando no exterior para uma empresa inglesa. Profissional da indústria de Petróleo e Gás e Advogado.
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